segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Recomeço (parte 2) - A Tríade do Danúbio: A Pérola

Poucas coisas nessa viagem foram dignas de “arrependimento” ou de um pensamento do tipo “devíamos ter pensado melhor neste trecho da viagem” e a situação mais óbvia nesse caso foi não ter arranjado mais tempo para ficar em Budapeste, conhecida também como "A Pérola do Danúbio".

Acordamos as sete da madrugada para ir pra Budapeste, mas isso não foi muito problemático já que na noite anterior nós tínhamos tentado sair, mas dormimos cedo já que o bar que a gente foi fechava perto da meia noite. O trajeto de trem para Budapeste demorou por volta de três horas e pouco e como a gente não tinha conseguido lugares bons no trem, resolvemos enrolar no vagão restaurante. De todos os que nós fomos com certeza era o pior. O Vítor tomou o pior café do mundo e o sanduíche de presunto que me serviu como café da manhã veio em um pão velho. Mas enfim, nada que uma cerveja (sim, de café da manhã) não tenha amenizado. =D

Chegamos a Budapeste e ao invés de fazer o caminho em direção aos principais centros turísticos da cidade, os macacos aqui resolveram dar uma olhada no estádio de futebol da cidade (vai entender...), que homenageia o mito do futebol húngaro e um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, Ferenc Puskas. Enfim, deu tudo errado. Os lados perto do estádio são os mais feios da cidade, ele estava fechado e a gente deu uma volta de vários quilômetros sob um sol de dois bilhões de graus para não ver nada, a não ser o museu geológico de Budapeste (que o Vítor e o Thico não deram a menor bola e a gente passou reto ¬¬).


O estádio do Puskas, feio de doer.

Dirigimo-nos em direção a Buda (para quem não sabe, Budapeste é dividida em duas pelo rio Danúbio, Buda e Peste) passando pelo Parque da Cidade, onde fica a um castelo inspirado em um castelo da Transilvânia. Bom, deu tudo errado. O castelo estava em reforma e o suposto fosso que deveria dar um efeito bem legal pra tudo isso estava seco.

Foi então que, depois de alguns minutos andando, chegamos à Heroes’ Square. Sim, essa é a praça mais bonita de toda a Europa que a gente visitou, mesmo que o sol de 35 graus possa te matar enquanto você estiver lá. São diversas esculturas de grandes personagens da história húngara expostas de uma forma bem legal. Após isso, visitamos a Opera House, considerada uma das mais bonitas do mundo e paramos num bar para tomar umas cervejas e acompanhar o GP de Budapeste. Este também deve ter sido um dos melhores bares que a gente foi, afinal o próprio Eric Adams, vocalista do Manowar era o dono.


O bar do Manowar tem até um clipe!


Thico na Heroes' Square. Muito foda.






Alguns lugares legais de Budapeste.

E foi depois desse bar, que Budapeste se tornou a cidade mais bonita que eu já visitei. A vista do Rio Danúbio, sob uma colina branca de mármore, com um castelo construído em seu topo é absurda, até mais que a vista do castelo de Praga a partir da Charles Bridge. Aliás, tudo ao redor do Danúbio é sensacional, com destaque para o Parlamento, a basílica de St. Stephen e as diversas pontes que cruzam o rio, em especial, a Chain Bridge. Antes de atravessar esta ponte, eu aproveitei para pelo menos molhar os pés no Danúbio, já que esta era a minha última chance de fazer isso. O fato de eu ter ficado com os meus dedos coçando pelo resto da viagem pode ter algo a ver com isso, mas enfim, é como dizem “ir para Budapeste e não entrar no Danúbio é como ir a Roma e não ver o Papa”.

O quê? Ninguém nunca disse isso?!?


O rio Danúbio.


A Cidadela, no topo de uma colina de mármore, a beira do Danúbio.


Até o cabelo ficou parecido nessa.


Thico e o Parlamento, que fica a beira do Danúbio. Uma das melhores vistas de Budapeste.


Andando no Danúbio. Meu pé caiu no dia seguinte.


Chain Bridge e o Buda Castle no topo da colina.

Cruzamos esta ponte e entramos em Buda, para ver a principal atração da cidade, que é a Colina do Castelo. O clima deste castelo é sensacional, com esculturas, paisagismo, uma vista absurda para os dois lados da cidade, músicas temáticas e inclusive locais para brincar de arco e flecha. Obviamente, eu me saí bem melhor que o Thico e o Vítor na atividade... As fotos a seguir falam por si só.


Bull's eye! Yeah!


Já dá pra ver que não deu certo...


De certo só a pose...


Flechas do Vítor e Thico. Deu empate na mediocridade.


Enfim, depois de passar vergonha pela mediocridade apresentada no manejo de armas por parte dos dois, seguimos para a Cidadela e ponto mais alto da cidade. Mesmo que tenha sido uma das subidas mais cruéis de toda a viagem devido às condições climáticas adversas (coff.. despreparo físico coff... coff...), mesmo que a gente tenha gasto uns três euros para comprar a pior água do mundo (NUNCA comprem água na Europa em garrafinhas de rótulo rosa) e mesmo que nosso tempo estivesse esgotando, o que acabou encurtando nossa visita ao lugar, a vista de uma Budapeste ensolarada no fim de tarde, do Danúbio e de suas pontes, foi um dos ápices da viagem.


Vítor com o Buda atrás.


Vista do castelo para Peste.


As colinas de Buda, à esquerda do Rio Danúbio. Destaque para o castelo e a Chain Bridge.


A plana Peste, mais moderna, vista do topo da Cidadela.

Depois disso, tivemos que infelizmente ir embora. Durante o caminho, o Thico tentou comprar uns panos (?) de uma senhora, mas após descobrir que custavam 5000 dinheiros húngaros (ou “TCHINCO MILLE! TCHINCO MILLE!”, já que elas acharam que éramos italianos?), fomos embora estragando o sonho da mulher de alimentar as suas crianças naquela noite.

Enfim, pegamos o trem depois de andarmos 18 km pela cidade, para voltar ao nosso albergue em Bratislava. É, deu tudo errado. Foi a pior viagem de trem que eu já fiz na vida (e isto inclui o trecho Santo André – Estação da Luz em horário de pico) já que o trem atrasou mais de duas horas, já que europeus tem a péssima mania de sentir frio e fechar todas as janelas mesmo que esteja mais de 25º C e já que no nosso vagão ainda tinha um velho nazista que não parou de falar com uma menina... DURANTE TRÊS HORAS! Fora que ainda ao chegar a Bratislava e por causa do atraso, não havia mais ônibus para o nosso albergue e a tivemos que ir a pé. No momento, eu até achei que tudo isso mancharia a imagem de Budapeste, mas óbvio... Tudo errado! - não há como não adorar Budapeste e não querer voltar a ela.

2 comentários:

  1. Tinha esquecido essa história que é divido em Buda e Peste, hahaha, tão previsível. Mas parece muito bonita mesmo, eu acho que vocês deviam ter tirado um dos 83 dias que passaram em Paris para ficar lá...

    E aparentemente o Thico achou que o arco era uma donzela e resolveu ser delicado.

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