quinta-feira, 19 de junho de 2014

A Terra da Longa Núvem Branca: O Fim.

Te Anau/Queenstown


Te Anau é porta de entrada pro Fiordland National Park, na beira do maior lago da ilha, e segundo maior do país. Minha estadia na pequena cidade foi bem curta, apenas pra descansar e escolher pra onde eu iria depois. Acabei me decidindo pelo Mt Cook National Park, então fiquei somente uma noite lá e voltei pra Queenstown, que era de onde o ônibus sairia. Infelizmente estava tudo lotado no Mt Cook então eu tive que ficar mais 3 dias na cidade fazendo nada num hostel bem pior que o que eu fiquei da primeira vez. Passei a maior parte do tempo tentando decidir se eu deveria ou não saltar de Bungee Jump, mas no final os 260 dólares que eles cobravam pelo de 130m (o de 40m custava 180) foram mais fortes e eu deixei pra lá.

Mt Cook


O Mt. Cook National Park fica na região central da ilha, e eu sai de Queenstown bem cedo. O dia amanheceu nublado, mas no caminho até lá paramos no lago Pukaki e como se fosse tudo armado, as nuvens se abriram e revelaram a montanha mais alta do pais, que somada ao azul intenso do lago forma uma vista impressionante. Cheguei a vila do parque por volta do meio dia e como de praxe fui atrás de trilhas leves pra começar.  Escolhi a do lago Hooker, uma trajeto plano que levou cerca de 1:30 de caminhada a partir do hostel. O lago não é bonito, meio esbranquiçado e a geleira que desemboca nele é cinza. Mas a vista do Mt. Cook (Aoraki – O Perfurador de Núvens, na linha maori) é impressionante, parece que você pode nadar até ele. Obviamente não é pra tanto, mas ainda assim são apenas 10km horizontais até o cume, ou seja: é muito perto. Falando em nadar, reencontrei o holandês e o coreano de Franz Josef lá, e apostei cerveja com eles de que eu mergulharia no lago. Tinha icebergs boiando e uma massa de gelo de alguns km² logo ali na frente, então vocês podem ter noção da temperatura da água. As coisas que uma pessoa do sexo masculino faz por cerveja de graça... Enfim, mergulhei, e assim como em Geiranger na longínqua Noruega no não menos longínquo ano de 2010, a água é tão fria que você sai dela suando. Parando pra pensar agora, tem uma foto minha mergulhando de cueca no lago na câmera do holandês. Espero que ele não esteja usando ela pra fins escusos. Voltamos pro hostel, jogamos um pouco,  tomei minhas cervejas gratis e fui dormir cedo porque a trilha do dia seguinte prometia ser pesada.


Lago Pukaki e Mt. Cook

Mt Cook National Park

Água quentinha. Só que não.


A trilha citada era a do Mueller Hut, um alojamento no meio das montanhas, a 1800m de altitude, e eu fui com um inglês e um alemão do hostel. A primeira metade da trilha é um saco: 500 metros de subida numa escada com degraus completamente desnivelados, de forma que não ajuda muito na hora de subir (mas são uma maravilha pra descer), no meio de uma floresta bastante úmida, que somada ao calor incomum do dia cansou bastante. Alcançamos um mirante (onde a maioria das pessoas dá meia volta) e chegamos na parte divertida: uma subida no estilo “se vira negão”, apenas com pequenos postes coloridos indicando pra que lado você deve ir, mas como se chega lá é com você. Essa parte era ainda mais íngreme, mas pelo menos você sente que está fazendo algo de útil, ao invés de simplesmente subir uma porcaria de escada. Depois de cerca de 3 horas do começo chegamos em outro mirante, com vista espetacular do vale, das geleiras e do Mt. Cook. Eventualmente escutavamos algo parecido com um trovão, e viamos pequenas avalanches nas montanhas do outro lado do vale (ou que pareciam pequenas de longe). Mais uns 10 minutos de caminhada fácil e chegamos no alojamento. Ele é bem legal, com capacidade pra 28 pessoas e uma cozinha melhor que a de muitos hostels. Almoçamos lá e decidimos subir o pequeno morro que tinha atrás do alojamento. Depois eu descobri que foi a primeira escalada que o Sir Edmund Hillary fez na vida, o que obviamente significa que eu estou no caminho certo e que um dia subirei o Everest. Ficamos umas 2 horas no alojamento (eu devia ter dormido lá, mas eu já tinha pago a segunda noite no hostel) relaxando e assistindo o gelo se desprender nas geleiras próximas, e depois descemos (nessa hora eu agradeci pelas escadas). Cheguei morto de cansaço no hostel, joguei mais um pouco com o pessoal, tomei mais cerveja as custas do holandês e capotei na cama. No dia seguinte pensei em finalizar minha estadia no parque com uma caminhada curta, mas minhas pernas tavam doendo, então tudo que eu fiz foi esperar meu ônibus pra Christchurch e deixei a vila no início da tarde. 



Mt. Cook e Lago Hooker vistos do mirante.

A vila láááá embaixo.

Do topo do Mt. Olivier (~2000m)

Mueller Hut com o Mt. Cook ao fundo.


Christchurch



No caminho paramos no lago Tekapo, que tem um azul ainda mais impressionante que o Pukaki, mas sem a vista da montanha. Gostei mais do Pukaki, mas a maioria das pessoas preferem o Tekapo. Enfim... Christchurch é a maior cidade da Ilha do Sul, e terceira maior do país, com 350 mil habitantes. A cidade ganhou os noticiários do mundo inteiro 3 anos atrás pelo terremoto que matou cerca de 200 pessoas e transformou o centro da cidade na maior concentração de lotes vazios per capita do mundo (essa estatística eu acabei de inventar). Ou seja: não tem porra nenhuma pra fazer. O que tinha de interessante da cidade ou ta interditado (os prédios históricos que resistiram estão passando por uma reforma estrutural completa) ou simplesmente não existe mais. Era um dia de semana, começo da tarde, e eu poderia andar no meio da rua se eu quisesse, mesmo em vias que não estavam fechadas ao trânsito! Fico na esperança de que façam algo legal na reconstrução da cidade como fizeram em Napier. Minha intenção inicial era ficar somente uma noite na cidade, comprar uma passagem barata (na medida do possível) pra Auckland e a partir daí decidir meu próximo destino. Como obviamente as passagens tavam muito caras eu decidi arriscar, visitar algum outro lugar próximo e comprar as passagens depois. Minhas melhores opções eram Arthur’s Pass, no meio dos alpes, e Kaikoura, no litoral, e a escolha seria puramente financeira. Pra facilitar minha escolha, acabei conhecendo uma francesa no hostel que me ofereceu uma carona até Arthur’s Pass, mas somente no dia seguinte. Peguei mais uma noite no hostel, e no outro dia no começo da tarde rumamos para montanha.


Lago Tekapo

Arthur's Pass



Arthur’s Pass é um belo vale relativamente fora do radar da maioria dos turistas, a umas duas horas de carro de Christchurch. No caminho para lá paramos no Castle Hill, um pequeno parque repleto de grandes rochas de calcario aleatoriamente “jogadas” numa colina, bem legal e continuamos para aquela que é a menor das “vilas de um restaurante, uma casa e dois hostels” que eu visitei. Fomos até uma cachoeira próxima (Devil’s Punchbowl) de 130 metros de altura, a francesa seguiu viagem e eu fui pro hostel. O parque tem diversas trilhas com vários níveis de dificuldade, e é o segundo parque com maior número de mortes de turistas burros no país, atrás apenas do Mt. Cook (que é bem mais visitado). Escolhi a do Avalanche Peak, uma das mais fáceis, que ainda assim tinha nível de dificuldade considerado alto, com 1800 metros de altitude.



Castle Hill

Devil's Punchbowl


A trilha é bastante inclinada do inicio ao fim, mas estranhamente eu não me cansei muito. Talvez eu estivesse ficando bom nesse negócio de subir morro, ou então a australiana que tava comigo que era muito devagar. Também não é recomendada pra quem tem medo de altura,já que em algumas passagens se anda bem na beira de um abismo. Enfim, chegamos ao topo em pouco menos de 3 horas, almoçamos e recebemos a “visita” de um kea, um papagaio alpino endêmico da região, que ficou posando pra fotos. Descemos por outro caminho (essa trilha tem duas rotas até o topo, obviamente subimos pela mais difícil), e depois de 3 horas (sim, demoramos mais pra descer que pra subir) estavamos de volta a vila. Muito legal esse lugar, eu ficaria facilmente mais tempo lá pra explorar as outras trilhas, mas eu tinha que pegar um avião e minha comida já tava acabando, então no outro dia bem cedo peguei uma carona de volta pra Christchurch.



Arthur's Pass visto do Avalanche Peak

Mt. Rolleston

Provavelmente a melhor foto que eu já tirei na vida.

Devil's Punchbowl de outro ângulo.


Parei no aeroporto disposto a sair de lá com a passagem pra Auckland comprada. Cheguei no balcão da Air New Zealand e perguntei o vôo mais barato nos próximos 4 dias: 180 dólares pro dia seguinte ao meio dia. Ok, tava mais barato que na Jetstar (a low cost do país). Comprei e fui atrás de hospedagem em Christchurch, mas não achei nada por menos 60 dólares. Ou seja: eu não iria só ter que passar a noite no aeroporto. Eu ia passar UM DIA INTEIRO no aeroporto. Eu poderia ir pra cidade passar o tempo, mas eu já sabia o que tinha pra fazer lá (nada), então preferi ficar no aeroporto mesmo e economizar o dinheiro do busão.  Basicamente o wifi gratis e o 3DS mantiveram minha sanidade durante a noite (obviamente não dormi), e no meio da madrugada anunciaram que meu vôo (que vinha do Japão, por isso que tava bem mais barato que o resto) iria atrasar em 3 horas. Fui no balcão e mudaram minha passagem pra um vôo as 6 da manhã, então ao invés de ficar 24 horas no aeroporto fiquei apenas 18, puta volta por cima! :D


Bay of Islands


De Auckland fui diretamente pra Bay of Islands (meu preferido entre os nomes de lugares genéricos do país), no extremo norte do pais, disposto a relaxar na praia nos meus últimos dias de viagem. O lugar em si não tem nada de mais (as praias, embora bonitas, não chegam aos pés de Abel Tasman), mas o pessoal do hostel era muito legal, e eu não tava a fim de fazer muita coisa mesmo. Fiquei lá 4 dias e voltei pra Auckland pra pegar meu avião de volta pro Brasil. Acho que todas as 4 pessoas que tão lendo já devem conhecer essa história: meu visto de transito australiano expirou, eu não tinha percebido, e não pude embarcar. Na hora fiquei muito puto, mas depois de pensar melhor decidi aproveitar ao máximo o tempo extra do outro lado do mundo. Dei entrada num visto novo (me cobraram 30 dólares por isso...) e me mandei de Auckland em direção à Coromandel.


Bay of Islands


Coromandel


Coromandel é uma península à leste de Auckland famosa por suas praias e florestas. Fiquei na pequena cidade de Whitianga, que embora seja bem sem graça tem fácil acesso às mais belas praias da região. Sendo o mais breve possível (já tô de saco cheio de escrever), foi um final digno pra viagem (bem melhor que Bay of Islands), com praias belíssimas, como a Lonely Beach, a apenas 15 minutos a pé de Whitianga, e a espetacular Cathedral  Cove (mas essa ficava mais longe, uns 20km). Os preços também eram mais baixos do que a média, então até rolava de sair pra beber vez ou outra (5,50 um pint de cerveja, em Queenstown cobravam mais de 8). Voltei pra Auckland depois que meu visto saiu e finalmente embarquei na longa viagem de volta pra casa.



Lonely Bay com Cooks Beach ao fundo.

Cathedral Cove

O outro lado da praia.


E esse foi o fim da minha viagem pra Nova Zelândia. Pra finalizar o post, vou citar algumas impressões básicas de pouca relevância, mas que eu acho que merecem ser citadas:

-Tem MUITO alemão. Chutando baixo, metade do pessoal que eu conheci vinha de lá. Bastante holandês, sueco, suiço e inglês também. Estranhamente poucos australianos.

-Os motoristas de ônibus também servem de guias turísticos, descrevendo pelo microfone os lugares pelos quais passávamos. É interessante as vezes, mas enche o saco depois de um tempo, principalmente quando você quer dormir e eles não param de falar (ou quando eles esquecem o microfone ligado e você fica meia hora ouvindo a respiração dele).

-Tudo nos hostels funciona a base de máquinas de moedas de 2 dólares. Quer usar o PC? 2 dólares. Máquina de lavar? 2 dólares. Secadora de roupas? 2 dólares. Pelo menos o chá é de graça.

-Falando em hostels, wifi gratis e ilimitado é artigo de luxo, entre os que eu me hospedei só 3 tinham.

-Algumas trilhas são desnecessariamente bem cuidadas. Se você precisa de uma “ponte” de madeira pra passar por um buraco de meio metro de diâmetro e 30 cm de profundidade, você não deveria estar fazendo trilha. Depois reclamam que o orçamento do DoC (Department of Conservation) não dá pra nada.

-Muitos dos locais que eu chamei de cidade tecnicamente não são cidades pelas definições neo-zelandesas (aglomerações urbanas com mais de 50 mil habitantes). Pra simplificar chamei tudo que tem supermercado de cidade, o que não tem de vila. Daí vocês podem entender porque eu nunca ficava muito tempo numa vila.

-Maoris ou são extremamente bombados, tipo jogador de Rugby, ou são extremamente gordos.

-O pessoal lá gosta de falar. Fui num supermercado em Auckland e perguntei sobre uma boa cerveja local pra um transeunte aleatório, e o cara só faltou citar a proporção exata de malte e lúpulo e cada uma das dezenas de marcas disponíveis na prateleira.

-Falando em cerveja, tirando as “gourmet”, dificilmente você vai achar garrafas avulsas no supermercado. Ou você compra um 12 pack, ou não compra.

-Como já foi dito antes, é muito tranquilo pegar carona no país. Mesmo mulheres sozinhas fazem isso o tempo todo.

-Lugares aparentemente fodas que eu não fui: Mt. Taranaki, Nelson Lakes, Golden Bay, White Island, Stewart Island, Kaikoura, Marlborough Sounds, as Great Walks... é, preciso voltar lá algum dia.

E agora é só esperar pra saber quando (ou se) isso aqui vai ser atualizado de novo. Cheers mate!


terça-feira, 10 de junho de 2014

A Terra da Longa Nuvem Branca, segunda parte.

Nelson


Nelson foi minha primeira parada da Ilha do Sul, depois de 3:30h de travessia de balsa no Estreito de Cook. A cidade é portão de entrada para o Abel Tasman National Park, o menor e mais visitado parque nacional da Nova Zelândia. Inicialmente praia não estava nos meus planos (afinal, eu moro no Brasil), mas como o parque fica próximo do porto da balsa, e todo mundo me recomendou veementemente ir pra lá, eu acabei pagando pra ver, e não me arrependi.

O parque realmente é muito bonito, com praias de areia dourada cercadas por um mar incrivelmente azul e florestas incrivelmente verdes, ou seja, todo aquele estereótipo de paraiso tropical (ignorem o fato de que ele fica na mesma latitude de Nova York e as plantas são de clima temperado).  Fiz uma trilha de 13km no parque, que apesar de ter seus sobes e desces, é bem fácil, passando por belíssimas praias (as quais não lembro o nome de nenhuma) e volta e meia dando um mergulho na água gelada. O único problema é que eu calculei mal o tempo de caminhada, e terminei a trilha muito cedo. Imaginei que ia chegar no ponto e poder ficar de bobeira na praia enquanto esperava meu ônibus, mas a maré baixa transformou a praia num pântano em que eu teria que andar pra caralho pra chegar no mar, então eu deixei pra lá.

Split Apple.


Praia que eu não lembro o nome.


Acho que essa é Anchorage, mas não tenho certeza.

Costa Oeste


No total fiquei 3 dias em Nelson (a cidade é agradável e o hostel era excelente) e desci de ônibus pela costa oeste, a região menos populosa da Nova Zelândia, basicamente um pedaço de terra espremido entre as montanhas e o oceano. Como vocês podem imaginar a estrada é belíssima, cheia de escarpas que dão direto no mar, e com florestas ainda preservadas, coisa rara em outras regiões do país. A maior atração da estrada é a Punakaiki, ou Pancake Rocks, uma série de ritmitos que foi esculpida pelo mar gerando formações impressionantes.

Punakaiki


Blowhole.


Minha parada na costa oeste foi na vila de Franz Josef, próxima a geleira de mesmo nome. Mais uma vila minúscula cercada por belas paisagens, apesar de que essa é bem mais “alto padrão”. O tempo não ajudou em nada e eu fiquei o dia inteiro preso dentro do hostel jogando jogos de tabuleiro com um holandês e um coreano (não vai ser a última vez que vocês vão ouvir falar deles), então não tive tempo de fazer nada além de uma rápida caminhada até a geleira. Infelizmente ela está se retraindo, então só dá pra ver ela bem de longe, e o único acesso até ela é de helicóptero, que obviamente custa os olhos da cara. Não se compara com Perito Moreno, na Argentina. Me disseram depois que a vizinha geleira de Fox tem uma vista bem melhor, mas agora já foi.


Franz Josef Glacier.


Wanaka


Meu próximo destino foi Wanaka, na região dos lagos. É uma cidadezinha turística bastante movimentada, principalmente no inverno, e tem varias opções de trilhas pra todos os gostos. Escolhi a do Roy’s Peak, um morro de 1500m de altitude na saida da cidade. Como eu saí bem cedo, tive que andar os 8km até o início da trilha porque a estrada não levava a lugar nenhum e pouquíssimos carros estavam passando (e os que passavam não estavam parando). Enfim, foi um bom aquecimento. A subida não é difícil, mas é longa, e durante boa parte do trajeto eu estava caminhando num pasto cheio de ovelhas (Nova Zelândia e tal...), então além de me preocupar com meu ritmo eu tinha que me preocupar em desviar dos montes de bosta fresca que tinham no caminho. O dia estava muito quente e isso atrapalhou um pouco a subida, mas depois de cerca de 3 horas eu cheguei ao topo, com uma vista fenomenal do lago Wanaka e dos alpes, com destaque para o belo cume nevado do Mt. Aspiring. Na volta pedi carona e um tiozão barbudo numa Harley Davidson parou  e me levou de volta pra cidade, terminando de forma épica uma trilha bem divertida.


Wanaka com o Roy's Peak ao fundo.


Lago Wanaka visto do topo do Roy's Peak.




Queenstown


Fiquei 3 dias em Wanaka e segui rumo a Queenstown, que se auto intitula “The Adventure Capital of the World”, e é o lar do bungee jump. A cidade é muito legal, e tem bastante coisa pra se fazer mesmo se você for medroso ou pão duro, e fica numa região muito bonita, à beira do lago Wakatipu e cercada por montanhas.  O único problema é quem tem turistas demais, mas enfim... Como eu não estava lá pra ficar passeando na cidade, fui logo atrás de morros pra subir. No primeiro dia foi o Queenstown Hill, de 900m. Subida tranquila (a pior parte é a rua que dá acesso à ele), com bela vista da cidade e do lago. No segundo dia bizarramente nevou, e as montanhas amanheceram brancas, deixando a paisagem ainda mais legal. Resolvi subir o morro do teleférico, que eu obviamente não peguei porque como tudo naquela cidade, era caro e a subida não era tão difícil assim. Lá em cima tinha um luge (um carrinho de rolimã metido a besta) que parecia ser a coisa mais divertida do mundo, mas que custava 30 dólares POR DESCIDA. Obviamente dispensei, mas fiquei com mó inveja das crianças (e seus pais) brincando. Quem sabe quando eu for milionário. No fim do dia fui com o pessoal do hostel num pub, porque eu queria subir o Mt. Ben Lomond (~1800) no dia seguinte e aparentemente a tradição é subir de ressaca.


Lago Wakatipu.


Queenstown vista do topo da gôndola.


Quem são essas pessoas?


Acordei cedo (e sem ressaca), e iniciei a subida. Não achei difícil, só o final que é um bocado íngreme e cansa um pouco. Levei 3 horas pra subir e o topo tinha uma vista sensacional, com o azul bizarro do lago cercado de montanhas, além de ser um excelente lugar pra se tirar fotos estúpidas. Almocei, relaxei um pouco e desci. No dia seguinte basicamente fiquei no hostel porque não parou de chover, e no outro acordei bem cedo, conheci minha futura esposa (pena que ela ainda não sabe disso) e fui em direção à Milford Sound pela belíssima Milford Road.


Vista pro outro lado.


Não façam isso em casa.




Milford Sound


Milford Sound é um dos maiores pontos turísticos do país, um fjord espetacular no litoral sudoeste da Ilha do Sul, num parque convenientemente chamado de Fiordland National Park. Também é um dos lugares mais chuvosos do mundo, com média de quase 7000mm de chuva por ano (pra se ter uma idéia,na capital mais chuvosa do Brasil, Belém, chove “apenas” 3000). Felizmente o dia estava completamente limpo, sem uma nuvem no céu. Geralmente a maioria das pessoas chega lá, embarca em um dos diversos barcos de passeio disponíveis, vai até a boca do fjord e volta (o lugar é incrivelmente movimentado entre meio dia e 4 da tarde, fora desse horário não tem ninguem). Eu obviamente fiz mais que isso, e acertei duas noites numa das duas únicas acomodações do lugar. Logo de cara conheci um casal de suiços com seu filho pequeno, e peguei carona com eles até a trilha do lago Marian, uns bons 30km de distância do fjord. A trilha é bem fácil, 1:30 de caminhada num terreno quase plano (embora repleto de coisas que te fazem tropeçar), até chegar no lago encravado no meio das montanhas, que como vocês podem imaginar, é muito foda. Ficamos lá por um tempo e depois voltamos pro hostel.


Milford Road


Milford Sound em um raro dia de sol.


Lago Marian.



O dia seguinte amanheceu com uma cerração fudida, e eu já tava achando que ia ficar assim o dia todo, mas lá pras 10 da manhã o céu abriu. Foi daí que eu comecei a prestar atenção na maior maldição da Nova Zelândia (depois dos motoristas), as terríveis sandflies. Essas mosquinhas minúsculas são literalmente bichos do capeta (segundo a lenda maori, elas foram criadas pela deusa do submundo pra impedir que humanos se apropriassem do lugar, ou pelo menos é isso que eles falam pros turistas), e vão te perseguir ferozmente em qualquer lugar num raio de 20 metros da margem. São zilhões delas e a picada coça pra caralho, e elas ainda dão um jeito entrar debaixo da roupa, deu até saudade dos borrachudos de Ilhabela. Enfim, chega de falar da parte ruim. Conheci dois israelenses e peguei uma carona com eles até a trilha do Gertrude Saddle (nenhuma dessas trilhas era no fjord propriamente dito, ele é íngreme demais), uns 15km da vila. A “trilha” é complicada, basicamente um paredão de pedra e você que se vire pra achar o melhor caminho. Depois de duas horas chegamos no fim, uma “sela” (não sei a palavra disso em português) com vista pra um vale animal com uma ponta do fjord ao fundo. Sem dúvida uma das melhores vistas que eu já tive. Fiquei seriamente tentado em continuar e subir um dos morros em volta, mas não me pareceu uma boa idéia na hora. Voltamos pro início da trilha, os israelenses seguiram pra cidade de Te Anau (rsrsrsrsrs) e eu peguei carona de volta pra vila. Confesso que fiquei com medo de ter que andar os 15km até o hostel porque já era um pouco tarde e não passou carro nenhum por mais de 20 minutos. Eventualmente eu fui salvo por um cara que ia pro hostel e ficou tudo bem.



Olha a chuva!


É mentira!


Vista da Gertrude Saddle com o fjord ao fundo.


Acordei as 6 da madrugada pra o passeio de caiaque que eu tinha acertado no dia anterior. Tinha diversas opções para todos os braços e bolsos, acabei escolhendo uma que não era muito longa nem muito cara, já que eu nunca tinha remado na vida, e depois de uma rápida aula de Introdução ao Remo I e Laboratório de Resistência à Sandflies II estavamos na água remando entre as encostas do fjord. Dando uma rápida checada no Google Earth foram cerca de 10km de remada, mas não achei difícil, apesar de que não sei até que ponto ficar no mesmo caiaque do guia influenciou nisso. De qualquer forma, como era muito cedo pudemos aproveitar o fjord inteiro praticamente só pra nós, e a sensação de fazer um lanche boiando entre paredões de 1500m de altura é indescritível. Também vimos focas e até um pinguim no caminho. Enfim, muito foda. Depois disso, infelizmente meu tempo em Milford Sound acabou e no começo da tarde peguei um ônibus pra Te Anau (rsrsrsrsrs).


Belo lugar pra um café da manhã.


Ali o fjord acaba. É mais longe do que parece.


E essa cachoeira é mais alta do que parece.

Essa foi a segunda parte do meu relato. A terceira e última vem qualquer dia desses, e junto com ele (espero que) uma conclusão decente, ao contrário dessa. Até lá.

A porra do blogspot cagou a formatação e agora por algum motivo não consigo deixar esse final na mesma fonte do resto do texto. Blood and bloody ashes!

terça-feira, 3 de junho de 2014

A Terra da Longa Nuvem Branca: O Grande Peixe de Maui.

     Atendendo à pedidos (não que tenham sido muitos) decidi fazer um relato “sucinto” sobre os quase dois meses que fiquei na Nova Zelândia no começo do ano (2014, pra aqueles que cairem aqui por acidente ao procurarem por “mt doom nova zelandia” no Google). Não vou enrolar muito com introduções porque sou muito ruim nisso, e vou tentar não me alongar muito nos relatos, porém já vou avisando que eventualmente eu vou me empolgar e escrever parágrafos gigantes detalhando tudo (sem contar os tradicionais parênteses desnecessários, como este), mas no geral vou tentar me manter direto ao ponto. Antes que alguem pergunte, o título do post são as traduções dos nomes maori do país e da Ilha do Norte.

Auckland



     Depois de 45 horas de viagem (me reservo o direito de mandar todo mundo que reclamar de viagem de avião longa tomar no CUH) finalmente cheguei na capital financeira e maior cidade da Nova Zelândia. Auckland não tem nada de mais, é um tanto feia e bagunçada, e apesar de ter um terço da população do pais, não tem muita coisa pra fazer de um ponto de vista turístico. Acabei reservando 4 dias lá pra descansar da longuíssima viagem, o que foi um exagero, e tudo que eu fiz foi andar aleatoriamente por ai, ir num museu de arte maori bem legal (e de graça) e conversar com o pessoal no hostel.


Waitomo


     Vilazinha minúscula, uns 150km ao sul de Auckland, basicamente formada por um restaurante, um centro de informação e meia duzia de acomodações, que é lar das mundialmente famosas Waitomo Caves, onde milhares de larvas brilhantes (glowworms) brilham no escuro dando a impressão de um céu estrelado, muito legal. Ao invés de fazer o que a maioria dos turistas fazem (chegar na vila, ir na caverna, sair da vila), eu decidi ficar alguns dias e visitar a caverna à moda neo-zelandesa: pagando caro pra caralho e correndo “risco” de vida. Acertei com uma das companhias que fazem isso na região (Legendary Blackwater Company, ou algo do tipo), e peguei o pacote “Black Abyss” por 200 NZD (dólares neozelandeses, 1NZD=2 R$). O passeio consiste de um rapel de 36 metros por um buraco de 1 metro de diâmetro no meio do mato (nunca tinha feito rapel antes, é mais fácil do que eu pensava), seguido por uma tirolesa no escuro, passando por um “boiacross” num rio subterrâneo de água geladíssima no meio de milhares de glowworms e finalizando com pequenas escaladas em galerias estreitas, muito legal. O passeio durou umas 5 horas e definitivamente valeu a pena.

Eu prestes a entrar no buraco.


Rotorua


     Rotorua tem cerca de 60 mil habitantes, é a capital da cultura maori no país, e destino turístico mais popular da Ilha do Norte, com seus geiseres e shows culturais. Acabei ficando  apenas dois dias, por motivos que vou explicar daqui a pouco. A cidade é bem “termal”, com bolhas de lama fervendo por todos os lados, e um cheiro fortíssimo de enxofre, que as vezes beira o insuportável ("se a Ilha do Norte é um peixe, Rotorua fica no CUH dele"). Lá tem bastante coisa pra fazer, como um parque de geiseres coloridos que eu esqueci o nome (chamam de Thermal Wonderland, mas o nome verdadeiro é algo impronunciável em maori), e o Te Puia, que é outro parque de geisers normais que dizem ser foda. Infelizmente tudo que eu tive tempo de fazer foi ir no Redwood Park (novamente, nome de branquelos sem graça, o nome maori é sempre mais legal, pena que eu nunca lembro deles), um parque muito bonito com árvores goganters em que fiz uma trilha com uma alemã aleatória que tomou um pé na bunda do namorado por skype no dia anterior e começou a chorar no meio do mato (não sabia que alemães tinham sentimentos), enquanto eu fingia que não queria estar em qualquer outro lugar do mundo que não fosse ali. Enfim, conforme dito antes, fiquei somente dois dias porque depois de Auckland não quis mais correr o risco de ficar muito tempo em um lugar chato, e chequei na previsão do tempo que o Tongariro National Park ia ter 2 dias de tempo bom naquela semana, então decidi largar tudo e correr pra lá. Não me arrependo, mas pretendo voltar a Rotorua algum dia e ver o resto das atrações (principalmente o Thermal Wonderland).

Redwood
Lago fedido em Rotorua.


Tongariro National Park


     Agora essa porra ficou séria. Pra quem não sabe, o Tongariro National Park é a locação usada pras filmagens de Mordor, daquela série de livros e filmes que você já deve ter ouvido falar. Foi o primeiro parque nacional da Nova Zelândia, composto por 3 vulcões, Ruapehu (2800m), Ngauruhoe (2300m) e Tongariro (1900) e toda a área em torno deles. Fiquei na pequena vila de National Park (Nova Zelândia, capital mundial dos nomes genéricos), que comparada à Waitomo pode ser considerada uma metrópole, já que tinha até um posto de gasolina.  Eu estava lá pra completar a Tongariro Alpine Crossing, 19km de subidas e descidas em paisagens completamente desoladas de vida não turística, e pra os mais dispostos, uma side trip até o cume do Ngaurohoe e Tongariro.

Mt Ngauruhoe com o Mt. Tongariro à esquerda.



     Peguei uma carona com um israelense que ia pro parque bem cedo, já que fiquei com medo de perder o onibus de volta, então preferi ir mais cedo de carro mesmo já tendo pago o transporte, o que se provou desnecessário. O início da trilha, situado a mais ou menos 1100 metros de altitude, é bem fácil, quase plano, até uma hora que do nada você chega num paredão que pode assustar os mais despreparados (Devil’s Staircase), mas que não é um grande problema pra quem não usa elevador pra subir um andar. Depois de andar por uma hora e meia e subir aproximadamente 500m em 6km desde o ponto inicial, cheguei no Magatetepopo Saddle (ou Mangatepo, ou Mangatetepo, ou Mangatepopo, sei lá), e ali começava a hora da verdade.Do lado esquerdo, o Monte Tongariro, com seu cume já bem erodido e suas várias crateras. Do lado direito, o imponente Ngauruhoe, mundialmente conhecido como modelo pra o Mt Doom do Senhor dos Anéis, com seu cone praticamente simétrico. E pra frente, a trilha segue normalmente. É ali que se separam os meninos dos homens. Descansei por uns 15 minutos, mordi uma barra de chocolate, e segui pra direita.



O começo é de boa, tem até uma passarela.
Mt. Doom.




A subida não tem segredo: basta escolher o caminho onde aparentemente tem menos rochas soltas, e andar pra cima. O problema é justamente esse: pedras soltas. Você dá um passo e não sai do lugar, dá outro e volta dois, finca seu pé nas pedrinhas e finalmente consegue subir, mas se cansa muito mais do que deveria no processo. A sensação é como se eu estivesse subindo uma esteira rolante de 600 metros de altura ao contrário, coberta de graxa. Ah, e você ainda tem que se preocupar em desviar das rochas soltas que são derrubadas pelo pessoal que tá acima de você (a cada 2 minutos tinha alguem gritando ROOOOOOOOOOOOCK). Na metade do caminho eu já estava exausto. No final eu tava me arrastando, e cheguei na cratera depois de duas horas e pouco de subida basicamente na força de vontade (depois do fracasso no vulcão Villarica, eu decidi que ia subir essa porra nem que fosse a última coisa que eu fizesse). Do topo, a vista é espetacular, ainda mais com tempo limpo. Se vê quase todo o parque, e inclusive foi possível ver o cume do Monte Taranaki, uns 150km a oesde de lá. Fiquei na borda da cratera por cerca de meia hora descansando e apreciando a vista, e não tava nem ai pro fato de que se aquela porra decide explodir a chance de sobrevivência seria zero (tava mais preocupado com o frio desgraçado e o vento que parecia que ia me jogar dentro da cratera). Na descida, basicamente escorreguei nas rochas e 20 minutos depois estava de volta em Mangatetepopo com minhas botas entupidas de pedras.


Minha perna cansa só lembrar.

Mt. Ruapehu visto do topo. Não parece, mas ele é 500m mais alto.

Blue Lake visto do topo do vulcão.


Ok, a parte mais difícil já foi, mas eu ainda tinha mais 13km de caminhada até o fim da trilha. Em tese seria fácil (verdade seja dita, a trilha principal não é nem um pouco difícil pra alguem relativamente saudável), o problema é que eu não tinha mais perna, e mesmo as subidas restantes não sendo nada de outro mundo, elas deram muito trabalho, principalmente a subida até a Red Crater, que provavelmente é a mais bonita do parque (alem de arrancar risos de todas as pessoas imaturas presentes, inclusive este que vos escreve). Ali era o ponto mais alto da trilha normal (1800m), e se pode alcançar facilmente o topo do Mt. Tongariro. “Facilmente” em condições normais, entretanto eu não conseguia subir mais um passo. Também havia muito mais gente na trilha, já que o pessoal que chegou nos ônibus me alcançou por causa da subida do vulcão. Depois dali, as coisas ficam bem mais fáceis, é basicamente uma interminável descida, passando pelos belíssimos Emerald Lakes e Blue Lake, e terminando num estacionamento a 700m de altitude. Terminei a trilha 15:35 (os horários dos ônibus de volta eram 15:30 e 17:00), ou seja, dava tempo de fazer tudo sem precisar acordar mais cedo, mas fizeram tanto terrorismo sobre gente que chegava depois do último ônibus que eu preferi não arriscar.


Emerald Lakes.

Blue Lake

Pra baixo todo santo ajuda.

Me obrigue!


No dia seguinte só descansei no hostel, e tentei reservar a balsa de Wellington pra Ilha do Sul, mas ela estava lotada pelos próximos 4 dias, e de National Park só tinha ônibus pra Wellington e Auckland. Como não queria ficar 4 dias em Wellington e voltar pra Auckland estava fora de cogitação, acabei aceitando a sugestão do pessoal e logo cedo no outro dia arrisquei pegar uma carona na beira de estrada pra Taupo, a maior cidade da região (apesar de só ter uns 20 mil habitantes), e de onde eu poderia ia facilmente pra qualquer lugar, ou mesmo ficar lá, já que é um importante polo turístico. Foi surpreendentemente fácil, não fiquei nem 20 minutos parado na estrada, e cheguei em Taupo no começo da tarde, ainda sem a menor idéia do que ia fazer. Acabei encontrando o israelense de Tongariro, e fui com ele pra um parque de geiseres nos arredores da cidade. Depois eventualmente encontrei uma holandesa que eu já tinha encontrado em Rotorua e Tongariro, que me falou que em Taupo não tinha muito o que fazer pra quem não queria gastar muito dinheiro, e me chamou pra ir pra Napier. O fato de ela ser gatíssima pode ou não ter influenciado na minha decisão.


Napier


Napier fica na costa leste da Ilha do Norte, e tem cerca de 60 mil habitantes. A cidade foi destruida por um terremoto nos anos 30 e totalmente reconstruida em Art Deco. Não entendo porra nenhuma de arquitetura, mas a cidade realmente é bem bonitinha e agradável. Além disso, é a capital do vinho branco na Nova Zelandia. Fora isso, não tem muita coisa pra fazer, mas o pessoal do hostel era bem legal e eles tinham uma mesa de sinuca no meio do lobby, então acabei desistindo de Wellington e fiquei 3 dias lá coçando o saco (e jogando sinuca, claro).



Antes do terremoto isso tudo tava embaixo dágua.


Wellington


A capita do pais fica no extremo sul da Ilha do Norte (que fica mais ao sul que o extremo norte da Ilha do Sul), e tem cerca de 400 mil habitantes. É praticamente unânime a opinião de que é a melhor cidade da Nova Zelândia, entretanto só fiquei uma noite lá, então as únicas conclusões que cheguei é que ela parece Niterói, e venta pra caralho. Acabei só dando uma volta pela orla, e realmente a cidade me deu uma boa impressão, mas eu tinha que acordar cedo pra pegar a balsa e o hostel era daqueles enormes em que é quase impossível socializar com quem não estiver no seu quarto, então acabei não fazendo nada por lá.


Cheers, North Island.



Este foi o fim (temporário) das minhas andanças na Ilha do Norte. No próximo post (se houver), vou relatar minhas voltas na Ilha do Sul, que é bem mais legal que o norte, então as chances de eu me empolgar e ficar um negócio enorme são grandes. Estejam avisados.