segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Berlim, parte 2: Os dois lados

Mais uma viagem de trem, agora pra Praga, então tenho um tempo livre para escrever sobre Berlim.

Como postado pelo Thico, cheguei a cidade dois dias depois da macacada por causa do spin-off em Bremen e logo de cara ao chegar no hostel, o Thico me pagou uma cerveja. Beleza, minha estadia em Berlim começou bem. O The Circus, lugar que a gente ficou é o melhor hostel até agora, com um quarto enorme e wifi de grátis (esqueçam isso... O hostel de Praga arrebentou com tudo).

De lá partimos para a Alexander Platz, centro político da ex-Berlim Oriental e um dos lugares mais visitados, pela proximidade com a Ilha dos Museus, torre de TV Fernsehturm, portão de Brandeburgo e monumento Siegessaule. De noite, resolvemos subir na Fernsehturm (torre de TV) e apesar de ser um pouco caro, é um lugar bem legal para ver toda a cidade de cima.




A Igreja Neue, localizada na ilha dos museus.



Poseidon, na frente da Fernsehturm.




Fernseturm, a torre de tv que não parece, mas é mais alta que a Torre Eiffel.


De noite demoramos um pouco para achar um lugar legal para tomar cerveja, sem nos sentirmos ameaçados por carecas enormes que andam de braços dados com outros carecas enormes e por aí vai, mas achamos um bar tranqüilo e tomamos algumas cervejas por um preço bem acessível. O engraçado desse bar é que mesmo sendo uma noite fria (por volta de uns 10 a 15 graus), tinha um maluco inglês que suava que nem um porco. No início não percebemos, mas depois de alguns dias, devido a uma situação similar ter ocorrido a um de nós, descobrimos a resposta. O cara estava com caganeira, óbvio!

Foi nos dois dias seguintes que realmente Berlim se tornou a melhor dentre as cidades grandes visitadas. Fomos visitar alguns museus e escolhemos o Pergamon e o Neues. Sério, o Pergamon é uma das coisas mais legais do mundo. Trata-se de um museu que reproduz um templo grego, com peças originais retiradas do local em anos de escavações. As colunas, estátuas e a parte mais legal de todas, as paredes do templo estão lá em boa parte intactas. Na entrada você ganha um guia auditivo que explicam essas paredes, cujo tema é a luta vitoriosa dos deuses gregos contra demônios e monstros. Você mergulha na história devido aos detalhes das esculturas, sensacional. (Obs. As fotos a seguir não são nossas, já que a câmera ficou no guarda-volumes)


Zeus, destroçando três inimigos (os raios que ele solta estão sob a forma daquele tridente do lado esquerdo da foto).



A entrada para o templo.


O Neues por sua vez, tem como principal atração a enorme coleção egípcia, com milhares de papiros, ornamentos, armas, sarcófagos, estátuas, colunas e todas essas coisas egípcias legais. A atração mais famosa e a meu ver a mais impressionante também, é a estátua de Nefertiti. Senão me engano foi descoberta por volta de 1912 e está intacta mesmo depois de 3000 anos (a não ser pelo olho esquerdo) e ainda parece que ela te olha no fundo da alma devido a uma expressão até assustadora de tão imponente. Impressionante (e proibido tirar fotos também).


Uma múmia e uma estátua, exemplo do estado perfeito de preservação da coleção.



Sarcófagos.


Estátua de um cara qualquer aí.



Eu batendo papo com um Neander, na parte da civilização européia do museu.

De noite, conhecemos vários brasileiros no hostel, que tinham conhecido alguns israelenses durante o dia (os caras eram meio malucos e contavam piadas sobre nazismo, holocausto e tudo mais, na boa). Um deles era igualzinho ao McLovin, MITO supremo do filme Superbad.


McLovin!

Fora esses israelenses, entraram umas turcas no grupo, que também contava com um argentino perdidão lá no meio. Ah, uma brasileira tinha um namorado norueguês, então o grupo era composto por uns 8 brasileiros, 3 israelenses, 2 turcas, 1 argentino e 1 norueguês. Bizarro (ainda mais porque israelenses e turcos não se bicam)! Enfim, resolvemos ir num lugar e quando encontramos, fazia parecer a balada brasileira de Amsterdã parecer Ibiza, pra vocês verem o nível.

No dia seguinte eu fui visitar a “Topografia do Terror”, que é um museu com fotos, documentos e notícias de jornais e revistas da época do partido nazista alemão, contando principalmente sobre as ações Gestapo e da SS. O lugar é bem pesado, principalmente uma sessão que conta histórias de famílias judias em campos de concentração, com alguns textos destas pessoas. O mais marcante é um poema de uma garotinha judia a qual tinha perdido seu irmão no dia anterior, que morreu de fome. Quase chorei nesse (e me arrependo profundamente agora por não ter tirado uma foto dele). Depois fiquei pensando o quanto tudo isso marcou a Alemanha, por manterem tal museu, escancarando todas as atrocidades cometidas aberto pro mundo inteiro.


Topografia do Terror.


Bom, acho que isso foi o pouco da Berlim que eu vi. Uma cidade que embora não tão bonita quanto Paris, Copenhagen e Praga (depois eu escrevo sobre ela), é muito mais imersiva e te enche de histórias, das mais bonitas às mais terríveis, às quais você não gostaria, mas que precisa conhecer.

3 comentários:

  1. Finalmente li o blog inteiro. No momento eu só tenho uma coisa a declarar: eu odeio vocês. Todos vocês. Vocês três.

    Poucas vezes tive tanta inveja na minha vida =\

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  2. Ow, agora que saquei a legenda "uma múmia e uma estátua em pleno estado de conservação" HAUHUAHUAHUHA

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  3. Vcs foram no museu de Pergamo!!!! Que demaaaais :D
    fiz um trabalho sobre o Altar de Zeus no primeiro ano. A gente descobriu mediida por medida pra fazer uma maquete. Tinha no meu orkut :P

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